Apesar dos Snipers não serem necessariamente membros das Forças de Operações Especiais, os membros da ForOpEsp podem ser treinados como snipers. Unidades como o SAS britânico, a Forca Delta americana, o GIGN francês, e inúmeras outras, cada vez mais dependem da função especifica do sniper para obterem sucesso em suas operações. Ele é quem tem a função básica de neutralizar obstáculos humanos para que unidades de ataque possam invadir locais defendidos, ou eliminar ameaças a reféns ou instalações estratégicas.
A palavra sniper vem do pássaro snipe que era muito difícil de caçar e passou a ser dados aos caçadores habilidosos. A palavra sniper foi registrado em 1824 no sentido de atirador de elite ou “sharpshooter”. O verbo sniper originou em 1770 entre os soldados britânicos nas Índias britânicas no senso de "disparar de local oculto", em alusão a caça do sniper, pássaro difícil de caçar. Os que eram habilidosos em caçar a ave eram chamados de "sniper". Na Guerra Civil americana o termo era "escaramuçador" (skirmisher). Não usavam termo sniper nos EUA na época. Foram os alemães que começaram a chamar seus atiradores como snipers. No Brasil, a tradução de snipe é Narceja ou Maçarico. A tradução literal não é conveniente para uso e por isso é usado a palavra caçador no EB. Aqui será chamado de sniper.
O sniper ( tocaieiro, franco atirador, atirador de elite, atirador de escol, caçador ) sempre ocupou uma posição impar, seja dentro de Forças Militares, ou na imaginação popular. A mera menção de seu nome, sniper, carrega com ela um ar de ameaça. Suas capacidades sempre foram muito maiores que suas limitações, geralmente relacionadas com material como alcance das armas, angulo morto e meteorologia.
A missão principal do sniper é apoiar operações de combate realizando tiros precisos, a longa distância, contra alvos selecionados, de oportunidade ou planejados, sem ser percebido, com o menor número de munição possível. Geralmente o alvo é um soldado, criminoso ou terrorista e pouca munição significa um único tiro. A distância do alvo varia de 100m para a policia a mais de 1km para os snipers militares. Além de bater alvos, o sniper retardar os movimentos, gerando confusão e diminuindo moral. Como resultado secundário o sniper leva o terror e a desmoralização ao adversário, pela eliminação silenciosa de seus membros. Estas missões podem ser realizadas com armas convencionais bem mais caras como a artilharia e blindados.
A identificação de alvos é crucial com o sniper tendo que distinguir oficiais, mensageiros, operadores de rádio, operador de armas pesada e tripulantes. Os snipers inimigos são os mais importantes, assim como outras ameaças como cachorros e seus tratadores, sempre empregados para caçar snipers. Os soldados comuns estão no fim da lista de prioridade. Os oficiais são identificados pelo comportamento ou símbolos de hierarquia, falam com operadores de radio, local de passageiro em veículos, tem ajudantes, ou falam e se movem freqüentemente.
A doutrina do EB cita como alvos principais:
- oficiais e comandantes de todos os níveis
- guias e rastreadores e seus cães
- atiradores de armas coletivas e pessoal de comunicações
- chefes e motoristas de blindados
- pilotos de helicópteros, pousados ou pairado
- observadores avançados
- snipers/caçadores inimigos
Com armamento pesado pode destruir viaturas, radares, comunicações, entre outros. Todos os alvos citados podem ser engajados a noite com miras adequadas.
No US Army, as funções do sniper apoiando comandantes são:
- coleta de informação de combate em tempo real
- reconhecimento
- apoio de fogo
- tiro de precisão
- eliminação de ameaça
- proteção de força
- coordenação rápida
- aumenta da área de influencia
- diminuição do risco colateral
Sua arma principal é o fuzil de longo alcance, mas também é treinado para chamar artilharia e manejar metralhadora ou plantar explosivos em emboscadas. Os snipers das tropas de operações especiais americanas também recebem treinamento para atuar como controladores aéreos avançados, chamando aviação tática para dar apoio aéreo (cobertura na FAB).
O manual russo da Segunda Guerra Mundial cita as funções do sniper como sendo:
- Destruir armas inimigas que podem interferir no avanço do pelotão (sniper)
- Destruir o componente de comando inimigo para interferir na cadeia de comando (oficiais e sargentos)
- Encontrar e destruir inimigo que esta conduzindo fogo e interferindo no avanço das tropas (metralha, morteiro)
A missão secundaria do sniper, durante o período de inatividade, é a coleta informações, inteligência, observação e reconhecimento do campo batalha, reportando ao escalão superior sobre a situação do inimigo, terreno e meteorologia. Consiste em penetrar a RIPI (Região de Interesse Para Inteligência), realizando reconhecimento de pontos e pequenas áreas e vigiar um setor, via de acesso ou eixo. Deve estar dentro do alcance do rádio. Com a maioria dos kill na guerra moderna são por armas coletivas, as missões de reconhecimento e vigilância passaram a ser um dos mais efetivos usos dos snipers e só engajam alvos de oportunidade de alto valor. A câmera fotográfica agora parte do arsenal. Os modelos digitais facilitaram o trabalho com facilidade de revelar e número de fotos. Com equipamento adequado a foto pode ser enviada por rádio.
O sniper deve ser bom para observação e orientação com a capacidade de ler mapas e fotografias aéreas. Os snipers devem saber coletar informações em quantidade e qualidade. Já na Primeira Guerra Mundial os snipers se tornaram os ouvidos do quartel general.
O sniper é considerado uma arma de precisão barata que precisa de pouco apoio e manutenção. Um exemplo da economia de força é poder deter um avanço inimigo com uma força bem inferior.
Os snipers costumam gastar um ou dois tiros por alvo e ainda podem dar um tiro de misericórdia em alguns alvos. O lema de "one shot, one kill" é mais para marketing.
Estudos mostram que na Primeira Guerra Mundial foram gastos sete mil tiros por baixa inimiga, na Segunda Guerra Mundial 25 mil e no Vietnã 50 mil tiros. Já um sniper gastou uma média de 1,3 tiros. O custo em munição é baixo, mas difícil é calcular os custos do efeito moral e psicológico no inimigo. Operar numa área em que haja atiradores de elite significa ter de pensar cuidadosamente antes de fazer qualquer movimento o que reduz a velocidade dos deslocamentos.
Equipes de snipers finlandesas chegaram a caçar companhias russas inteiras durante dias na Segunda Guerra Mundial e usavam fuzil sem luneta. Um operador de metralhadora alemão resolver ser voluntário após perceber que era um alvo prioritário dos snipers russos. Foi a única forma de sobreviver.
Existem três tipos de sniper: militar, policial e propósitos especiais. O sniper militar já pode ser separado no sniper propriamente dito e o DM (Designated Marksman) para apoio de fogo preciso para tropas de infantaria.
Alguns exércitos escolhem os melhores atiradores que são distribuídos ao nível de pelotão ou grupo de combate com armas equipadas com lunetas. No US Army são chamados de Designated Marksman (DM). Um DM não tem todas as habilidades do snipers e apenas batem alvos mais distantes funcionando como apoio de fogo.
Os russo sempre deram muita importância aos DM. Um DM é distribuído para cada pelotão como função semelhante ao do US Army. Acompanham a tropa ou patrulha e a maioria não é treinada como um sniper profissional.
Os snipers da policial tem certas peculiaridades. O cenário geralmente é de resgate de reféns e atiram apenas como último recurso, com ameaça direta a vida dos reféns. No caso é mais para matar do que incapacitar. Se o alvo não morrer leva a morte aos reféns. O sniper policial deve ser capaz de acertar partes do corpo para causar morte instantânea sem contração espasmódica para apertar o gatilho, como o "T da morte", área entre olhos e base do nariz onde um tiro causa morte instantânea, sem reflexos motores, ou atingir o alvo escondido atrás de reféns. O sniper policial deve ser muito preciso a curta distância, onde os engajamentos raramente passam de 300m e a maioria ocorre a menos de 100m. Geralmente são poucos tiros por ação, não se tem limitação de escolha de calibre ou munição, não precisam se preocupar com efeito do ambiente na arma (ficam guardados e são retirados apenas para uso), e não se preocupam com a própria segurança durante e após ação, nem tem problemas para infiltrar ou exfiltrar. Em um episódio, um sniper da SWAT americana atirou no revolver na mão do alvo para evitar uma tentativa de suicídio. Em testes posteriores o resultado não foi consistente e existe i risco de ferimento por estilhados. A arma pode disparar e pode não conseguir desabilitar. Em alguns locais este tiro seria ilegal.
Os sniper de propósitos especiais usam armas de grande calibre para atingir alvos a alcance ultra longo ou detonar explosivos, ou usar fuzil com silenciador para operações secretas.
Vários países tem doutrina militar próprias em termos de emprego do sniper nas unidades, colocação e táticas. Na doutrina russa e seguidores o sniper atua nos pelotões de infantaria, chamados de atirador de elite “sharpshooters” ou “designated riflemen” em outras doutrinas. Eles passaram a ter este nome pois a capacidade de tiro das tropas foi perdida com a introdução do fuzil de assalto e submetralhadoras, otimizados para luta rápida a curta distancia.
Os snipers britânicos e americanos, além de outros países, adotam a doutrina de dupla de sniper, com atirador e observador com funções diferentes.
A importância dos snipers pode ser comprovada com as novas mudanças no US Army após as experiências nos conflitos recentes e combate ao terror. Atualmente são três equipes nas Companhias de comando e uma equipe em cada Companhia de infantaria. A Brigada Stryker BCT do US Army vai ter 48 vagas para sniper, atuando em equipes de 2-3 sniper, em 3.600 tropas no total, mas serão usado mais como DM e não como sniper verdadeiros. No Iraque os snipers da BCT são usados para proteger patrulhas de infantaria fazendo varredura nas cidades, e matar lideres guerrilheiros e desorganizar se ataques. Para comparação, as brigadas de assalto aéreo e pára-quedistas tem 18 vagas para snipers. Os Rangers aumentaram o número de snipers por batalhão de 14 para 40